1. |
Fiando o Linho
04:37
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Nasce o linho dentro d´água
Anda sempre regadinho
Assim meus olhos com mágoa
Parecem irmãos do linho.
Gira que gira
Fiando o linho
Fuso de lira
Gira mansinho.
Linho fino espadelado
Quem te me der a fiar
Para camisas de noivado
Para rendas do meu colar
Gira que gira
Fiando o linho
Fuso de lira
Gira mansinho.
O linho verde branqueia
Logo depois de corado
O meu cantar não falseia
Enquanto for desgarrado.
Gira que gira
Fiando o linho
Fuso de lira
Gira mansinho.
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2. |
Lenga Lenga
02:27
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Estava eu nas minhas terras, ai Jesus!
Muito bem descansadinho
Quando me veio a notícia, ai Jesus!
que meu pai tinha morrido
Minha Mãe por nascer
Peguei nos bois às costas, ai Jesus!
E no arado a correr
deitei-me por ali abaixo, ai Jesus!
Encontrei um pessegueiro
Carregado de melões
Assubi-me a cima dele, ai Jesus!
A comer minhas maçãs
Quando lá vai dono dele, ai Jesus!
Que fazes aí ladrão?
Vou-te dar tantas pancadas, ai Jesus!
Quantas pulgas tem um cão.
Quando sai Maria Delgada, ai Jesus!
Da cafuga dos leitães
Uma porca com bezerros, ai Jesus!
Uma vaca com leitães
Uma cadela com pintos, ai Jesus!
E uma galinha com cães.
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3. |
Ilhas de Bruma
03:28
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Ainda sinto os pés no terreiro
Onde os meus avós bailavam o pézinho
A bela Aurora e a Sapateia
É que nas veias corre-me basalto negro
E na lembrança vulcões e terramotos
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
Se no olhar trago a dolência das ondas
O olhar é a doçura das lagoas
É que trago a ternura das hortênsias
No coração a ardência das caldeiras.
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
É que nas veias corre-me basalto negro
No coração a ardência das caldeiras
O mar imenso me enche a alma
E tenho verde, tanto verde a indicar-me a esperança.
Autor: José Ferreira
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4. |
Rema
03:05
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E eu remo, meu bem,tu remas.
Ai estamos ambos a remar.
E eu remo é para terra.
Vai tu, meu bem, para o mar.
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5. |
Foliões
03:53
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Ai, ó rapaz, tu toca, toca
Mas toca mais devagar
Que eu 'tou velho neste mundo
Não 'tou sã' p'ra t'ensinar.
Ai, mete-te à porta da sala
Como faz qualquer vizinha
Vejo que ninguém me fala
Vou bater p'rá da cozinha
Ai, pró Divino Espírito Santo
(???)
Ou ajudar as mordomas
A peneirar na farinha
Ai cantas uma, cantas duas
Cantas três e cantas mais
Ó rapaz eu cantei primeiro
Do que tu cá em Rosais
Ai canta rapaz p'la ru'abaixo
Se não cantas, canto eu
Eu não posso estar calado
Foi o jeito que Deus me deu.
Ai, eu já fiz um juramento
Para nunca mais cantar
Quando ouço o instrumento
Jamais me posso calar
Agora que vou cantar
Dói-me as pernas, não a barriga
O velho não vai estudar
Para aqui vir cantar cantigas.
Mas já não tenho companheiro
Ó rapaz já estou velhinho
Vai a (???) verdadeiro
Eu 'tou sempre a cantar sozinho.
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6. |
Caracol
03:00
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A vida do caracol
É uma vida arrastada,
Anda com a casa às costas
Onde quer faz a morada.
Caracol, caracol tu pensas
Que sempre vais escapar,
Mas qualquer dia é de noite
Por certo vais-te enganar.
O caracol é velhaco
Só sabe é praticar o mal.
De noite vai-me ao tabaco
E às couves do quintal.
Eu já vi um caracol
A subir uma parede,
Ao depois veio o sol
Caiu morto de sede.
Caracol, caracol tu pensas
Que sempre vais escapar,
Mas qualquer dia é de noite
Por certo vais-te enganar.
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7. |
Bela Aurora
04:09
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A Bela Aurora da serra,
Não sei como não tem medo,
Faz a cama e dorme só,
Debaixo do arvoredo.
A Bela Aurora chorava,
Ela no pranto dizia,
Já me morreu o meu bem,
Já não tenho companhia.
A Bela Aurora é prendada,
Como outra inda não vi,
Lembra-me a minha amada,
Que há muito tempo perdi.
Encontrei a Bela Aurora,
Sentada no meu jardim,
Vestida de prata e oiro,
A colher contas pr'a mim.
Quem te disse, Bela Aurora,
Que eu te queria largar,
Se bendita foi a hora
Que te principiei a amar?
Apalpei o lado esquerdo,
Não achei o coração,
De repente me lembrou,
Que estava na tua mão.
Suspiro por ti, meu bem,
Mas que vale suspirar?
Quanto mais por ti suspiro,
Menos te posso lograr.
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8. |
Santiana
04:29
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Ó que vida regalada
Bilrou - ou, ou, ou
Quero levar este verão
Dobrado eu
Dobrado eu, censura
Atrás de uma baleia
Irou - ou, ou, ou
Com meu reminho na mão
Ai quando eu
Ai quando eu, mesura
O vento norte brandinho
Bilrou - ou, ou, ou
Faz andar o mar picado
Dobrado eu
Dobrado eu, censura
Faz andar o marinheiro
Irou - ou, ou, ou
Sobre o convés enjoado
Ai quando eu
Ai quando eu, mesura
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9. |
O Bravo
03:17
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10. |
As Vacas
03:32
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Ao passar pelas vossas vacas
Mamei leite nas tetinhas
Sant'Antão vos guarde as vacas
Mais às vossas bezerrinhas
Ai, ai, que venho das vacas
Ai, ai, que das vacas venho
Ai, ai, que venho do leite
Ai, ai, que eu do leite venho
Ao passar pelas vossas vacas
Mamei leite deu-me sono
Sant'Antão vos guarde as vacas
Mais a vós que sois seu dono
Ai, ai, que venho das vacas
Ai, ai, que das vacas venho
Ai, ai, que venho do leite
Ai, ai, que eu do leite venho
Mandei o meu boi às vacas
Filho da vaca brasida
Agora nem boi nem vacas
Que será da minha vida
Ai, ai, que venho das vacas
Ai, ai, que das vacas venho
Ai, ai, que venho do leite
Ai, ai, que eu do leite venho
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Experimentar Na M'Incomoda Açores, Portugal
O Experimentar Na M'Incomoda é um projecto de recriação de temas tradicionais da música Açoriana onde vale praticamente tudo / O Experimentar Na M'Incomoda is a recreation of Azorean folklore without any sort of boundaries.
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